Orquídeas

Orquídeas são todas as plantas que compõem a família Orchidaceae, pertencente à ordem Asparagales, uma das maiores famílias de plantas existentes. Apresentam muitíssimas e variadas formas, cores e tamanhos e existem em todos os continentes, exceto na Antártida, predominando nas áreas tropicais. Majoritariamente epífitas, as orquídeas crescem sobre as árvores, usando-as somente como apoio para buscar luz; não são plantas parasitas, nutrindo-se apenas de material em decomposição que cai das árvores e acumula-se ao emaranhar-se em suas raízes. Elas encontram muitas formas de reprodução: na natureza, principalmente pela dispersão das sementes mas em cultivo pela divisão de touceiras, semeadura in-vitro ou meristemagem.

A respeito da enorme variedade de espécies, pouquíssimos são os casos em que se encontrou utilidade comercial para as orquídeas além do uso ornamental. Entre seus poucos usos, o único amplamente difundido é a produção de baunilha a partir dos frutos de algumas espécies do gênero Vanilla, mas mesmo este limitado pela produção de um composto artificial similar de custo muito inferior. Mesmo para ornamentação, apenas uma pequena parcela das espécies é utilizada, pois a grande maioria apresenta flores pequenas e folhagens pouco atrativas. Por outro lado, das espécies vistosas, os orquidicultores vêm obtendo milhares de diferentes híbridos de grande efeito e apelo comercial.

Apesar da grande maioria das espécies não serem vistosas, o formato intrigante de suas flores é muito atrativo aos aficcionados que prestam atenção às espécies pequenas. Como nenhuma outra família de plantas, as orquídeas despertam interesse em colecionadores que ajuntam-se em associações orquidófilas, presentes em grande parte das cidades por todo o mundo. Estas sociedades geralmente apresentam palestras frequentes e exposições de orquídeas periódicas, contribuindo muito para a difusão do interesse por estas plantas e induzindo os cultivadores profissionais a reproduzir artificialmente até espécies que poucos julgariam ter algum valor ornamental, contribuindo para diminuir a pressão sobre a coleta das plantas ainda presentes na natureza.

Embora sua distribuição seja bastante irregular, as orquídeas são encontradas praticamente em todas as regiões do planeta, com exceção da Antártida. Devido a grande distribuição geográfica, é natural que um grupo tão diverso também apresente adaptações aos mais diferentes climas, bem como a multiplicidade dos agentes polinizadores presentes em cada região.Trata-se de uma família em ativo ciclo evolutivo e seus gêneros mais próximos cruzam-se com certa facilidade na natureza, desafiando o antigo conceito botânico em que uma espécie é formada por todos os indivíduos capazes de cruzar com a produção de descendentes férteis.

A predominância das espécies ocorre nas regiões tropicais, notavelmente nas áreas montanhosas, que representam barreiras naturais e isolam as diversas populações de plantas. Algumas áreas principais são as ilhas e a área continental do sudeste asiático e a região das montanhas da Colômbia e Equador onde se pode encontrar um grande número de espécies, devido ao isolamento das espécies pelas diversas ilhas ou separadas pelas cadeias de montanhas, ocasionando elevado número de endemismos. O terceiro local em diversidade possivelmente é a mata Atlântica brasileira com mais de mil e quinhentas espécies.[3] Outras áreas importantes são as montanhas ao sul do Himalaia na Índia e China, as montanhas da América Central e o sudeste africano, notadamente a ilha de Madagascar.

O Equador é o país onde existe o maior número de espécies registradas, chegando ao número de 3 549,[4] imediatamente seguido pela Colômbia, com 2 723, Nova Guiné, com 2 717, e Brasil, que totaliza 2 590.Entre outros, Borneu, Sumatra, Madagascar, Venezuela e Costa Rica, são países com elevado número de espécies.


Podemos dividir de maneira grosseira a presença de orquídeas pelos continentes do seguinte modo:

Eurásia - entre 40 e 60 gêneros

América do Norte - entre 20 e 30 gêneros

América Latina e Caribe - entre 300 e 350 gêneros

África tropical - entre 125 e 150 gêneros

Ásia tropical - entre 250 e 300 gêneros

Oceania - entre 50 e 70 gêneros

Os tipos de orquídeas que predominam em cada uma dessas áreas também são muito variáveis. Nas regiões tropicais úmidas, onde a luz e a umidade são abundantes, porém a competição com espécies arbóreas é muito forte, as orquídeas assumem um hábito predominantemente epifítico.Em busca de luz sob a sombra de árvores de mais de até 40 metros de altura, estas ervas crescem sobre os galhos e troncos, a alturas variadas de acordo com as necessidades de cada espécie. Suas raízes, expostas ao ar, obtêm a maior parte dos nutrientes do material em decomposição ao seu redor, da água da chuva que lava as folhas das árvores no alto, ou da poeira existente no ar. Entremeado ao velame, existe um fungo chamado Micorriza que auxilia na decomposição de matéria orgânica e na transformação desta em sais minerais, para facilitar sua absorção. Em casos extremos de umidade, as orquídeas podem absorver a água e os nutrientes pelos poros em suas folhas, relegando as raízes apenas a função de sustentar a planta sobre o substrato. Nenhuma orquídea assume a função de parasita, ou seja, sua presença não prejudica seus hospedeiros embora haja casos excepcionais em que o galho de uma árvore não suporte o peso de uma grande colônia de orquídeas e venha a quebrar. Há também muitas espécies terrestres, algumas destas, nas regiões tropicais, mantêm-se em desenvolvimento constante durante todo o ano. A grande quantidade de matéria orgânica disponível no solo da floresta favorece o surgimento de algumas poucas espécies saprófitas, orquídeas desprovidas de clorofila que obtêm toda a matéria orgânica de que precisam do material em decomposição ao seu redor.


Em regiões de clima temperado, onde a relva é predominante, ou em regiões de secas como as áreas de savana e os campos rupestres, as orquídeas são basicamente plantas terrestres, com raízes subterrâneas bem desenvolvidas, às vezes com a formação de tubérculos equipando-as para resistirem ao frio e à neve, ou à seca prolongada e ao fogo. O frio congelaria as espécies epífitas que não têm raízes abrigadas para armazenarem os nutrientes necessários para a brotação na primavera. Também o fogo consumiria inteiramente as plantas epífitas. Nestas áreas de clima sazonal, as plantas normalmente passam por um estágio de dormência, em que, muitas vezes, sua parte aérea seca para evitar danos à sua fisiologia devido à seca, ou ao frio extremo.

Algumas espécies são consideradas ameaçadas de extinção na natureza, tanto pelas coletas indiscriminadas como pelo corte das florestas para agricultura e mesmo pela utilização de agentes desfoliantes em guerras ocorridas no passado. Surpreendentemente, a maioria das espécies consideradas ameaçadas de extinção estão entre as mais comuns em cultivo e das quais há maior produção comercial. A maioria das espécies realmente raras não está presente nestas listas por não apresentarem verdadeiro valor comercial e pouco interesse despertarem. De modo geral, pelo seu baixo valor comercial, os governos não fazem levantamentos sobre a população de orquídeas presentes na natureza e os que existem são apenas resultado de estudos acadêmicos pontuais.

É interessante ressaltar ainda o fato de que um único fruto de orquídea carrega centenas de milhares de sementes e que a existência de dois ou três indivíduos em cultivo pode produzir no espaço de poucos anos elevadíssima quantidade de plantas, tornando a ameaça de extinção desta planta muito diferente da ameaça de extinção de uma animal, que produz apenas poucos filhos por gestação.


O nome orquídea vem do grego όρχις (órkhis) que significa testículo e ειδος (eidos) que significa: aspecto, forma; em referência ao formato dos dois pequenos tubérculos que as espécies do gênero Orchis apresentam.Como este gênero foi o primeiro gênero de orquídeas a ser formalmente descrito, dele derivou o nome de toda a família.

Orchidaceae é considerada uma das maiores, senão a maior entre todas as famílias botânicas. O número de espécies de orquídeas é próximo a vinte cinco mil, correspondendo a cerca de 8% de todas as plantas com sementes.A quantidade de espécies aceitas é quatro vezes maior que a soma do número de mamíferos e o dobro das espécies de aves.Esses imponentes números desconsideram a enorme quantidade de híbridos e variedades produzidos por orquidicultores todos os anos. Além disso, anualmente centenas de espécies novas são descritas, tanto fruto de revisões de gêneros há muito estabelecidos, mas cujas espécies não se encontravam bem determinadas, como novas espécies encontradas na natureza. Apenas no ano de 2008 o International Plant Names Index registrou mais de 400 novas espécies descritas.

A família Orchidaceae foi estabelecida em 1789 por Antoine Laurent de Jussieu ao publicar seu Genera Plantarum.Antes de Jussieu classificar a família, Linnaeus já havia descrito oito gêneros de orquídeas que, no entanto, não se constituíam em uma família à parte. Todas as espécies epífitas então pertenciam ao gênero Epidendrum.

Desde a criação da Orchidaceae a pesquisa sobre estas espécies tem sido ininterrupta. Sua classificação sofreu diversas revisões e o número de gêneros conhecidos em que se dividem vem aumentando ao longo dos anos, atualmente elevando-se a mais de 800. O número exato é incerto, pois não há consenso sobre a melhor maneira de dividir os gêneros. Conforme a referência consultada, os gêneros aceitos são diferentes ocasionando esta grande variação numérica, basta comparar a quantidade de gêneros publicados desde 2002 para classificação das espécies anteriormente subordinadas ao gênero Dendrobium e os gêneros aceitos pelo banco de dados do Royal Botanic Garden. A tendência mais recente é a classificação baseada em caracteres moleculares, ou genéticos, chamada filogenética, que teoricamente reflete as relações evolutivas entre os grupos de espécies, no entanto, este sistema ainda é novo e nem todos os estudiosos aceitam-no plenamente, muitos ainda preferindo a avaliação morfológica. Grande debate ocorre pelos membros de ambas as tendências como se conclui pelas palavras do filogenista Mark Chase, que relega a morfologia a plano secundário, e impacientes palavras de Carlyle August Luer, um morfologista que há trinta anos vem se dedicando às espécies da subtribo Pleurothallidinae, com as regras de Chase.

As espécies de orquídeas são um desafio para os teóricos em Biologia, no que diz respeito ao próprio conceito de espécie, aquela formada por indivíduos capazes de reproduzirem-se produzindo descendentes férteis. A maioria das espécies de orquídeas é capaz de cruzar com as espécies próximas e produzir híbridos férteis. Estes híbridos ainda podem ser cruzados com outras espécies, e produzir novas gerações de híbridos férteis. Mesmo a maioria dos gêneros próximos pode cruzar produzindo descendentes férteis. Há inumeráveis híbridos entre espécies, e milhares mesmo entre gêneros. Há híbridos obtidos através do cruzamento de várias gerações de híbridos de quatro ou mais gêneros distintos. Este fenômeno é um dos trunfos dos orquidicultores, que podem misturar suas espécies e obter uma combinação quase infinita de novas formas e cores, mas híbridos ocorrem também naturalmente sem a intervenção humana. É possível que várias espécies classificadas pelos botânicos sejam, na verdade, híbridos naturais há muito estabelecidos na natureza.

Como o conceito tradicional de espécie, não se aplica às orquídeas, a delimitação exata de cada espécie de orquídea também muitas vezes é bastante complicada. Muitos grupos encontram-se isolados e apresentam pequenas diferenças morfológicas que alguns estudiosos julgam suficientes para o estabelecimento de espécies independentes enquanto outros julgam estas variações apenas como características normais de endemismos, sem importância suficiente para caracterizar uma espécie à parte.Assim também o número exato de espécies de orquídeas aceito pela comunidade científica é altamente variável conforme a referência consultada.

Há ainda complicadores em que espécies próximas cruzam-se habitualmente, produzindo grupos de plantas levemente diferentes e mesmo novas espécies muito próximas a uma das espécies originais, ou casos em que as espécies originais acabam por mesclarem-se totalmente aos descendentes produzindo grupos de plantas muito variáveis. A tendência moderna é a de se classificar estas espécies de difícil delimitação em complexos que algumas vezes de fato constituem-se por muitas espécies intermediárias de difícil separação. Nestes casos, nota-se claramente a diferença entre alguns indivíduos extremos, mas a maioria é de difícil identificação. Há muitos exemplos, dentre os quais citamos os complexos da Brasiliorchis picta, do Anacheilium vespa, da Heterotaxis crassifolia, e inumeráveis outros.

A família Orchidaceae divide-se em cinco subfamílias (números estimados de gêneros e espécies pelo Phylogeny Group):

Entre todas as características distintivas da família Orchidaceae, muito poucas são compartilhadas por todas as espécies devido ao fato destas encontrarem-se em diferentes estágios evolucionários. Alguns grupos divergiram do grupo principal nos primeiros estágios evolutivos da família, enquanto outros permaneceram constantes por muito tempo.Entre as características que distinguem esta família as mais importantes são:

A presença da coluna, estrutura originada pela fusão de seus órgãos sexuais masculinos e femininos;

Grãos de pólen agrupados em estruturas cartilaginosas chamadas polínias;

Sementes muito pequenas, quase sem nutrientes, formada por agrupamentos com poucas células, as quais somente germinam na presença de certos fungos;

Flores de simetria lateral, não radial, constituídas por seis segmentos, três externos chamados sépalas e três internos, chamados pétalas. Das pétalas, uma bastante diferenciada, chama labelo, normalmente responsável pela atração de agentes polinizadores para a coluna da flor. As flores das orquídeas costumam apresentar-se invertidas de sua posição normal devido à torção do ovário em 180º durante o crescimento dos botões, em um processo chamado ressupinamento;

A maioria das espécies epífitas apresenta as raízes cobertas por estrutura esponjosa chamada velame;

São plantas de duração indeterminada pois crescem indefinidamente, de modo contínuo ou em surtos anuais, teoricamente por tempo ilimitado. Muito pouco se sabe sobre a idade que uma orquídea pode alcançar porém há registros de sua longevidade tanto pelo exemplar mais antigo em cultivo no Royal Botanic Garden, que tem mais de 200 anos, como por uma planta pertencente à Círculo Americanense de Orquidófilos, já há mais de cem anos em cultivo.

Para todas as características citadas acima há abundantes exceções, no entanto todas as orquídeas compartilham em diferente grau diversas destas qualidades.

As orquídeas adaptaram-se aos mais variados ambientes. Podem ser terrestres, crescendo tanto em campinas e savanas em meio à relva, como sobre o solo de florestas sombrias; epífitas sobre árvores ou arbustos, próximas ao solo abrigadas da luz, ou perto do topo das árvores e cactos, submetidas à bastante luz; litófitas crescendo sobre solos rochosos ou apoiadas diretamente nas pedras, psamófitas sobre a areia das praias, saprófitas em turfa e elementos em decomposição no solo, ou raramente aquáticas em brejos e áreas pantanosas. Um caso extremo é uma espécie subterrânea da Austrália da qual apenas ocasionalmente emergem as flores.

Apresentam crescimento contínuo ou sazonal, simpodial ou monopodial, agrupado ou espaçado, ascendente ou pendente, aéreo ou subterrâneo, o crescimento das orquídeas dá-se de maneiras muito diversas.Conforme o ambiente predominam certas formas de crescimento. Nas áreas tropicais o crescimento contínuo é mais comum, porém existem espécies de crescimento sazonal. Em áreas sujeitas a secas ou frio intenso o crescimento costuma ser sazonal. As orquídeas monopodiais costumam crescer de maneira contínua. As simpodiais apresentam certa sazonalidade.

As orquídeas não apresentam raízes primárias, que são raízes centrais principais de onde brotam outras raízes secundárias, mas apenas as raízes secundárias as quais brotam diretamente do caule e ocasionalmente de outras raízes. Frequentemente servem de depósitos de nutrientes e água e ajudam as plantas a reterem e acumularem de material nutritivo que se deposita em suas bases. Em alguns casos são também órgãos clorofilados capazes de realizarem fotossíntese durante os períodos em que as plantas perdem as folhas. Variam em espessura, de muito finas a extremamente grossas. A estrutura das raízes diferencia-se muito entre as orquídeas, conforme a maneira e local onde crescem.As espécies epífitas geralmente apresentam robustas raízes, cilíndricas enquanto aéreas, as quais assumem formato achatado após aderirem ao substrato. Em regra são recobertas por espessa superfície esponjosa e porosa denominada velame, tecido altamente especializado na absorção de água ou umidade do ar.As espécies terrestres normalmente encontram-se espessadas em pequenas ou grandes estruturas parecidas com tubérculos de esféricos a longamente cilíndricos que servem de reserva de nutrientes e água e substituem os pseudobulbos presentes nas espécies epífitas. Ocasionalmente estes tubérculos separam-se da planta principal originando novas plantas.
A durabilidade das raízes varia em função dos fatores ambientais e geralmente é inferior à duração dos caules. Novas raízes costumam brotar durante ou no final do período de crescimento vegetativo da planta.
Apesar de geralmente não ser a fonte principal de nutrientes das orquídeas, estas geralmente valem-se da associação com um fungo chamado Micorriza que se aloja nas células exteriores do velame de suas raízes e excreta diversos nutrientes então diretamente absorvidos por suas raízes.

Nas espécies epífitas de crescimento simpodial o caule geralmente é composto por parte reptante, curta ou longa, fina ou espessa, chamada rizoma e parte aérea que pode ou não encontrar-se espessada em estrutura para reserva de água e nutrientes conhecida como pseudobulbo. Em alguns gêneros epífitas, particularmente em alguns gêneros relacionados às Huntleya o caule secundário aéreo encontra-se reduzido a um nódulo ínfimo que origina as folhas.
Nas espécies epífitas de crescimento monopodial o caule é único e aéreo, ereto ou pendente, e não se encontra espessado em pseudobulbos, sendo ajudado no armazenamento de nutrientes pelas folhas e raízes que brotam continuamente ao longo de todo o caule.
As espécies terrestres podem ou não apresentar caules desenvolvidos e estes, diferente das epífitas, que sempre apresentam caules perenes, podem ser parcialmente decíduos. Algumas das orquídeas terrestres apresentam caules muito longos, que podem chegar a mais de seis metros de comprimento.

A grande maioria das orquídeas apresenta folhas com enervação paralela de cruzamentos dificilmente visíveis. Usualmente dispostas em duas carreiras opostas e alternadas em ambos os lados do caule. Muitas espécies apresentam apenas uma folha terminal. O formato, espessura, estrutura, quantidade, cor e tamanho e maneira de crescimento das folhas varia enormemente.

A forma das lâminas foliares pode ser circular, elíptica, lanceolada, obovada, linear, espatulada, oblonga, além infindável variedade de outras formas intermediárias destas.

A ponta das folhas pode ser arredondada, reta, acuminada, fina ou espessa, radial, ou desigual.

Suas margens geralmente são suaves, parcialmente curvas, raramente denticuladas

A estrutura das folhas pode apresentar pecíolo ou não, com diferente número de enervações longitudinais paralelas, bastante visíveis ou quase imperceptíveis a olho nu

A espessura das folhas varia de muito finas e maleáveis ou carnosas, firmes e quebradiças até inteiramente suculentas

Geralmente verdes nas mais diversas gradações, suas cores podem ainda variar completamente conforme a face, de vermelho a marrom escuro, tons acinzentados, azulados ou amarelados. Algumas espécies apresentam folhas maculadas, estriadas ou pintalgadas por cores diversas.

Geralmente com superfície brilhante, podem ainda apresentar-se foscas ou com aparência farinosa.

Algumas espécies são desprovidas de clorofila nas folhas. A maioria das espécies conserva suas folhas por alguns anos mas algumas perdem as folhas logo após o período de crescimento e outras apenas em condições ambientais desfavoráveis. Existem ainda alguns gêneros nos quais as folhas são apenas rudimentares, dando a impressão de serem constituídas apenas pelas raízes e flores. Nestes casos as raízes são responsáveis pela fotossíntese.

As inflorescências, de acordo com a espécie, podem ter de uma a algumas centenas de flores, e podem ser apicais, laterais ou basais, racemosas ou paniculadas, formando ramos, corimbos ou umbelas, com flores simultâneas ou abrindo em sucessão, ao longo da inflorescência ou brotando sempre no mesmo local. Algumas espécies apresentam estruturas perenes que servem apenas para floração como no caso das espécies do gênero Psychopsis e algumas das Masdevallia. As flores geralmente apresentam brácteas em sua base, muitas vezes extremamente reduzidas em tamanho, ou bastante grandes e até mais vistosas que as flores, como em algumas espécies do gênero Eria e Cyrtopodium. A inflorescência das espécies do gênero Dimorphorchis pode estender-se por quase cinco metros com flores espaçadas em quase um metro. A inflorescência das Octomeria mede poucos milímetros de comprimento
 
Dentre todas as famílias de plantas possivelmente as orquídeas é a família que apresenta maior espectro de variação floral. Geralmente apresentam flores hermafroditas mas, além destas, em alguns gêneros podem apresentar flores exclusivamente masculinas ou femininas.

O tamanho das flores varia de dois milímetros a mais de vinte centímetros. Suas cores vão de quase transparentes ao branco, com tons esverdeados, rosados ou azulados até cores intensas, amarelos, vermelhos ou púrpura escuro. Muitas flores são multicoloridas.

As flores normalmente apresentam simetria bilateral, com seis tépalas divididas em duas camadas, três externas chamadas sépalas e três internas denominadas pétalas. Tanto as sépalas como as pétalas são grandemente variáveis em formato e tamanho e podem ocasionalmente apresentar-se parcialmente ou inteiramente soldadas. A pétala inferior das orquídeas a que chamam labelo, sempre é diferenciada, ou expandida, podendo ser bastante simples e parecida com as outras pétalas ou apresentar calos, lamelas ou verrugas, formatos e tamanhos muito variados até bastante intrincados com cores diversas e contrastantes. Em muitos gêneros o labelo apresenta um prolongamento tubular oco ou um nectário próximo ao local em que se fixa à coluna, o qual recebe o nome de calcar. A observação das estruturas e padrões do labelo é uma das maneiras mais simples de reconhecer as diferentes espécies de orquídeas.

Os órgãos reprodutivos (androceu e gineceu) encontram-se reduzidos e fundidos em uma estrutura central chamada coluna, ginostêmio ou androstilo. O número de estames varia entre as subfamílias: Apostasioideae possui três; Cypripedioideae dois, com o estame central modificado; as demais apresentam apenas o estame central funcional, com os dois outros atrofiados ou ausentes. Também a observação das características da coluna ocupa posição importante na identificação das orquídeas.

Os grãos de pólen quase sempre encontram-se aglutinados em massas cerosas chamadas polínias, mas podem encontrar-se também agrupados em massa pastosa, ou rarissimamente soltos. As polínias ficam penduradas em uma haste chamada caudículo ou estipe, conforme sua estrutura, presas por um disco viscoso chamado viscídio, coladas por um líquido espesso secretado pelo rostelo. A maioria das espécies epífitas apresenta uma pequena capa recobrindo as polínias, denominada antera. O estigma é normalmente uma cavidade na coluna, onde as polínias são inseridas pelo agente polinizador. O ovário é ínfero, tricarpelar e possui até cerca de um milhão de óvulos

Praticamente todas as orquídeas apresentam frutos capsulares. Eles claramente diferem em tamanhos, formas e cores. As epífitas apresentam frutos muito mais espessos com paredes carnosas, espécies terrestres apresentam frutos mais finos com paredes mais delicadas. Geralmente são triangulares, mais ou menos arredondados, com números de lamelas que variam de três a nove. Alguns são lisos outros rugosos ou mesmo cheios de tricomas, verrugas ou protuberâncias em sua superfície. Os frutos desenvolvem-se com o engrossamento do ovário na base da flor, o qual geralmente é dividido em três câmaras. Quando maduro o fruto seca e abre-se em três ou seis partes ao longo do comprimento, embora não inteiramente, mantendo-se sempre preso à inflorescência. Boa parte das sementes logo cai, depositando-se entre as raízes da planta mãe, as sementes são também amplamente dispersas com o vento por longas distâncias.

Quase todas as orquídeas apresentam sementes minúsculas e leves, constituídas por um pequeno aglomerado de células de cobertura abrigando um embrião. Cada planta produz de centenas de milhares de sementes em cada uma de suas cápsulas. Ao contrário da maioria das plantas, as quais produzem um endosperma capaz de alimentar o desenvolvimento do embrião em seus primeiros estágios, as orquídeas utilizam-se de um processo simbiótico o fungo Micorriza que excreta os nutrientes utilizados pela jovem orquídea a partir da decomposição pelo fungo do material encontrado próximo à semente. Tão logo o embrião é capaz de realizar a fotossíntese, este processo torna-se responsável pela alimentação da planta e a Micorriza não é mais necessária, no entanto, algumas espécies de orquídeas saprófitas nunca serão capazes de realizar a fotossíntese plenamente e permanecem dependentes do fungo por toda a vida. Algumas espécies de orquídeas, por exemplo as do gênero Bletilla, apresentam alguma quantidade de endosperma. Poucas espécies de orquídeas têm sementes grandes, estas são representadas principalmente pelos membros da subfamília Vanilloideae.

A maioria das flores de outras plantas utiliza-se de ofertas de alimento aos agentes polinizadores para atraí-los. As orquídeas, sendo plantas tão econômicas, que vivem de recursos tão esparsos, desenvolveram outras técnicas de atração que raramente incluem estes prêmios em forma de alimento. As formas mais comuns são o mimetismo a alguma forma que interesse aos insetos, cores, perfumes ou cera. Adaptaram-se também em sua forma de modo a forçar os agentes polinizadores a carregarem o pólen ao visitarem as flores, porém de maneira tão completa que somente o agente polinizador correto ajusta-se ao mecanismo da flor, outros visitantes não carregam o pólen. Isto ocorre devido ao fato de todo o polén estar condensado em somente um polinário e este ser removida completo de uma vez, ou seja, a chance de polinização da flor é única. Da mesma forma o labelo de suas flores apresenta grande variedade de estruturas que objetivam colocar o agente polinizador na posição correta para que as polínias aderidas a ele alojem-se na posição exata no estigma da flor.

Por serem plantas geralmente epífitas, o material disponível para sua nutrição é limitado e a água disponível somente a partir das chuvas ou umidade presente no ar, assim as orquídeas aprenderam a tirar o maior proveito possível dos poucos recursos disponíveis. Adaptaram-se para o armazenamento de água em caules espessados, quase suculentos, chamados pseudobulbos, ou em raízes altamente porosas revestidas de uma camada esponjosa capaz de absorver umidade do ar, conhecida como velame, ou em folhas bastante espessas, ou ainda, quando terrestres, em pequenos tubérculos radiculares. Pela mesma razão, geralmente são plantas que apresentam longo período de repouso com baixo metabolismo, e rápido crescimento ou floração somente durante a estação em que os recursos são mais abundantes. Muitas perdem as folhas para evitar a desidratação nos períodos mais secos ou durante o período de repouso.

Pela sua estrutura reprodutiva, as orquídeas obrigatoriamente necessitam do auxílio de agentes externos para o transporte de pólen ao órgão feminino de suas flores, uma vez que a massa polínica é pesada demais para ser levada pelo vento, e a parte receptiva do órgão feminino não é exposta o suficiente para recebê-la. Assim, as orquídeas selecionaram as estratégias mais fascinantes para promover a polinização. As flores podem possuir cores e aromas que atraem a atenção de polinizadores diversos, como abelhas, borboletas, mariposas diurnas e noturnas, besouros e beija-flores. Sua forma e tamanho também correspondem ao tipo de polinizador.Algumas flores podem assumir formas extremas. Orquídeas do gênero europeu Ophrys, por exemplo, apresentam a cor e a forma do labelo, ornado por cerdas, de maneira tal que se assemelham a fêmeas de uma certa espécie de abelhas. De forma que o macho, atraído pelo feromônio produzido pela própria flor e pela sua forma, copula com esta por engano, levando consigo as polínias, que depositará na próxima flor que visitar.
Outras, como o gênero africano Angraecum, com flores noturnas, produzem néctar em tubos extremamente longos na base dos labelos, de modo que somente certas mariposas noturnas com probóscides igualmente longas, podem alcançá-lo. Ao posicionar-se diante das flores, as mariposas esbarram sua cabeça nas anteras, fazendo com que as polínias sejam atiradas e presas em si.
As flores das orquídeas do gênero Coryanthes, contínuamente secretam um líquido que se deposita em um recipiente formado por seu labelo. Ao tentar coletar este líquido os insetos caem dentro do labelo e somente podem sair por pequena abertura. Ao passar por este estreito espaço levam as polínias em suas costas.
O labelo das flores do gênero Bulbophyllum são presos à coluna por uma estrutura muito delicada que permite que ele balance com o vento mimetizando o movimento dos insetos.
As flores do gênero Catasetum podem ser masculinas, femininas ou hermafroditas. As flores masculinas são mais vistosas que as femininas e apresentam duas antenas muito sensíveis próximas ao labelo, as quais, quando tocadas pelos agentes polinizadores, ejetam o polinário com força suficiente para, se não atingirem o inseto, percorrerem mais dois metros de distância em uma fração de segundo.
Algumas orquídeas, ainda, não produzem néctar, mas perfume. Certas abelhas visitam suas flores para recolherem este perfume, que se acredita ser usado por elas para a síntese de feromônios.
Algumas espécies auto polinizam-se com facilidade em um processo chamado cleistogamia. Enfim, há incontáveis exemplos de estratégias de polinização entre as orquídeas, descrevê-los todos transformaria esta página em um livro. Outros mecanismos de polinização são discutidos nos diversos artigos sobre as espécies de orquídeas.

As orquídeas têm fascinado os homens por mais de dois mil e quinhentos anos. Foram utilizadas no passado em poções curativas, afrodisíacos, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições. Há diversas referências na internet ao interesse do filósofo Chinês Confúcio por estas plantas no entanto a maioria das menções sobre Confúcio e estas flores, em que ressaltava as propriedades de seu perfume ao qual atribuía o caráter Lán, que significa beleza, delicadeza, amor, pureza e elegância, vem de textos publicados por seus seguidores e admiradores. Há pelo menos uma referência às orquídeas feita pelo filósofo em The School Sayings of Confucius no entanto mesmo este possivelmente é um texto apócrifo. O fato de seus seguidores atribuírem a Confúcio as mais diversas citações sobre estas plantas apenas confirma o interesse que já despertavam nesta época. A China tem longa história na apreciação destas flores. Orquídeas são citadas pela literatura antiga e retratadas pela arte chinesa desde o décimo século antes de Cristo, pinturas do começo de dinastia Song, entre 960 e 1127 chegaram até os nossos dias. Todavia, investigações recentes revelam que o cultivo de Cymbidium começou apenas no final da dinastia Tang entre 860 e 890 e não nos tempos de Confúcio como se pensava antes. Possivelmente a primeira publicação exclusivamente sobre orquídeas é uma monografia de sobre a cultura extensiva de destas plantas, no final da dinastia Song, entre 1128 e 1283. Pelo trabalho percebe-se que seu cultivo estava já bem estabelecido na China por esta época.Na Europa existem registros do período clássico grego de Teofrasto de Lesbos, cerca de 300 AC. Em seu trabalho Historia Plantarum, volume 9, descreve uma planta com dois pequenos tubérculos subterrâneos aos quais chama orchis, que corresponde à palavra testículos, possivelmente um exemplar de Anacamptis morio.Antes dos Espanhóis conquistarem o México a fruta de Tlilxochitl, uma espécie de Vanilla, era a mais estimada dentre as especiarias astecas. Este povo admirava também as Coatzontecomaxochitl, Stanhopea, como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins. Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de cola.A partir do século XVI diversos trabalhos foram publicados na Europa: Leonhart Fuchs em Historia Stirpium (1542), Hieronymus Bock em suas anotações volume 2 (1546), Jacques Daléchamps em Historia Generalis Plantarum (1586). Após a publicação de Species Plantarum por Lineu, em 1753, os registros sobre orquídeas ficaram cada vez mais abundantes. Breve resumo da história de sua classificação encontra-se no artigo sobre a taxonomia da família Orchidaceae.Antes de introdução de espécies exóticas na Europa, as orquídeas eram há muito cultivadas como plantas de jardim. A primeira orquídea introduzida na Europa foi um exemplar de Brassavola nodosa que chegou na Holanda em 1615. Em 1688 desembarcaram as Disa uniflora vindas da África do Sul.Provavelmente devido à sua supremacia, diversas coleções importantes formaram-se na Inglaterra durante o século XIX. Em 1818 chegaram os primeiros exemplares de Cattleya labiata provenientes do Brasil, causando grande sensação e reforçando ainda mais o interesse pelas espécies tropicais destas plantas.Com o advento dos primeiros vistosos híbridos, no final do século XIX, o interesse por novas plantas provenientes dos trópicos diminuiu um pouco por algumas décadas, até que o interesse científico pela descrição de novas espécies no início do século XX, aumentasse a coleta de plantas e seu envio à Europa, principalmente para jardins botânicos e amadores interessados na recomposição de suas coleções.A oferta de híbridos tem aumentado constantemente e as técnicas de semeadura modernas desenvolveram-se muito diminuindo bastante o preço destas plantas, outrora caras. As técnicas de seleção também aprimoraram-se e mesmo espécies naturais de difícil cultivo tem sido selecionadas de modo a tornar viável a cultura doméstica. A oferta de variedade raras de espécies naturais, com cores e formas selecionadas, vem também possibilitando a quase todos a aquisição de plantas antes apenas cultivadas por milionários. Em poucos anos qualquer planta altamente desejável pode ser reproduzida aos milhares. Vale notar o exemplo do Phragmipedium kovachii, espécie raríssima, desconhecida da ciência até 2002, hoje comum em coleções ao redor do mundo.

Apesar de sua grande variedade, poucas orquídeas são cultivadas pela sua utilidade. Além dá já citada Vanilla, para produção de baunilha, algumas espécies são localmente utilizadas para produção de aromatizantes de chá, por exemplo, espécies perfumadas de Jumellea, perfumes ou tabaco, algumas Vanilla. Na Turquia usam-se os tuberculos da Anacamptis morio para preparação de um sorvete conhecido como salep. No século XIX pseudobulbos de Cyrtopodium eram utilizados como adesivos domésticos no Brasil.
O verdadeiro valor das orquídeas hoje provém da produção de flores para corte, principalmente híbridos dos gêneros Phalaenopsis, Cattleya, Dendrobium, Paphiopedilum e Cymbidium. As mesmas espécies são também bastante vendidas em vasos para ornamentação e cultivo doméstico.
A Tailândia tem especializado-se na produção de flores de orquídeas para exportação para grandes cidades ao redor do mundo. Em 2001 exportou mais de 3 milhões de plantas vendidas por cerca de 40 milhões de dólares. Desde então o ministério da agricultura da Tailândia reconheceu o potencial desta produção e tem procurado melhorar a qualidade e atratividade de seus clones concedendo certificados aos melhores produtores.Nos Países Baixos são produzidas grandes quantidades de híbridos para vendas no atacado por 216 produtores registrados. Nos Estados Unidos estima-se que em 2003 o mercado de plantas envasadas girou cerca de 121 milhões de dólares. Atualmente o mercado atacadista supre-se principalmente por meio de frascos com mudas a serem cultivadas localmente para venda posterior. De 1991 até 2001 a produção alemã de orquídeas in-vitro passou de dois milhões e meio para doze milhões de plantas, principalmente híbridos, particularmente de Phalaenopsis.

Como são tantas espécies diferentes de ambientes diferentes, é impossível apresentar os cuidados básicos de cultivo para todas elas. Assim, o primeiro passo para cultivar uma orquídea com sucesso é a identificação correta da espécie. Consultar orquidófilos mais experientes pode ser útil caso surja uma planta desconhecida que se queira cultivar. Desta forma pode-se decidir com precisão a iluminação, o regime de regas, o substrato, e outros fatores necessários para o êxito no cultivo. O erro mais comum é plantar orquídeas na terra. Apesar de algumas espécies desenvolverem-se bem neste tipo de substrato, mais de setenta por cento das espécies são epífitas e não se adaptam à umidade excessiva proporcionada pela terra, morrendo em poucos meses. Existem muitos substratos adequados a estas plantas no mercado. Outro erro comum é a colocação de prato sob os vasos, resultando também em umidade excessiva. De modo geral não se devem colocar pratos nos vasos mas sim regá-las com maior frequência deixando então que o substrato seque completamente e suas raízes possam respirar.Uma coisa é certa, as orquídeas de maneira geral não são plantas delicadas e frágeis como alguns acreditam. Pelo contrário, estas plantas (principalmente as providas de pseudobulbo) são extremamente resistentes, e podem sobreviver durante dias fora de um substrato. Sua capacidade de sobrevivência lhes permite que tenham tempo para adaptar sua fisiologia a novas condições após o replantio. Os híbridos, por sua vez, são de maneira geral extremamente resistentes, e podem prosperar mesmo em condições adversas de cultivo, crescendo mais rápido que as espécies ditas "naturais".
Orquídeas podem ser cultivadas em vasos, placas de xaxim ou fibra de côco e ainda em madeira ou mesmo em árvores, terra ou pedra, dependendo da espécie. Podem florir, em sua maioria, uma vez ao ano, quando tratadas de maneira correta.Mudas podem ser nutridas com uma colher de chá de farinha de osso a cada mês nas beiradas do vaso, acelerando assim seu crescimento. Os híbridos são de maneira geral extremamente resistentes, e podem prosperar mesmo em condições adversas de cultivo, crescendo mais rápido que as espécies "naturais". Incontáveis cruzamentos de gêneros ou espécies geraram inúmeros híbridos.
Em sua maioria, orquídeas não toleram água em demasia mas geralmente gostam da presença de substrato rico e úmido. Por este motivo, os vasos jamais devem ficar sobre pratinhos que retém água, sob pena de encharcar as raízes e matar a planta.
É fundamental o arejamento das raízes, daí o uso de pedaços de xaxim ou fibra de coco como substrato, e não o pó deste. Dois anos é o tempo médio de vida útil do substrato, o qual deve ser substituído após esse período. O pó de xaxim é normalmente usado apenas quinzenalmente sobre o substrato (salpicar uma colher de sopa). Há ainda outros substratos como a fibra de coco prensada (coxim), o esfagno, etc. Para uma boa drenagem 1/3 do vaso deve ser preenchido com caco cerâmico. Por este motivo também é comum o uso de vasos de barro com furos nas laterais e vasos de plástico transparentes, que facilitam o contato da luz com o rizoma e acentuam o arejamento deste. A drenagem pode ser feita mantendo o vaso ou placa de xaxim pendurado por arames e pendendo numa inclinação de 45 graus. De maneira geral, plantas penduradas estão mais protegidas de doenças e pragas.
Uma planta florida pode permanecer dentro de casa, perto de uma janela com boa fonte de luz, sempre evitando o sol direto. Durante esse período, deve-se molhar o substrato, dependendo da umidade ambiente, mas com rega bem moderada e jamais molhando as flores.
Após o fim da floração, pode-se fazer a retirada manual das flores secas e podar a haste com tesoura esterilizada em fogo.

O método mais simples de reprodução, muito utilizado por colecionadores e comerciantes em pequena escala, é a divisão do rizoma. Toma-se uma planta adulta com pelo menos 6 pseudobulbos formados, de preferência logo após o término da floração, e, com uma faca afiada e esterilizada, corta-se o rizoma, de maneira a separar a planta em duas mudas com 3 pseudobulbos cada. Em casos de plantas maiores, deve-se sempre manter as mudas com o mínimo de 3 ou 4 pseudobulbos para permitir seu rebrotamento. O plantio deve ser feito no substrato adequado à espécie. A muda deve ficar fixa de alguma forma para que as novas raízes possam brotar e se fixar no substrato. Só quando as raízes estiverem restabelecidas as plantas voltarão a crescer.
Mas as orquídeas podem ser produzidas em larga escala. Graças à quantidade de sementes produzidas em cada fruto, e à possibilidade de reprodução de meristemas in vitro.
As sementes são diminutas, e um único fruto pode gerar milhares de novas plantas, cada uma com uma característica diferente da outra. Mas as sementes são muito pequenas, e não conseguem germinar por recursos próprios. Elas precisam das condições de acidez e da disponibilidade de nutrientes que o fungo micorriza de uma planta adulta fornece. Assim, o modo mais simples (e menos eficiente) de reprodução por sementes é simplesmente espalhá-las sobre e ao redor das raízes de orquídeas adultas, assegurando-se de que tenham umidade constante.
Um jeito mais eficiente consiste no preparo de um substrato de musgo Sphagnum. Este deve ser esterilizado e deixado em repouso em um recipiente fechado para manter sua umidade. Deve-se também adicionar pedaços saudáveis de raízes de uma orquídea adulta, de preferência da espécie que deseja-se reproduzir, para que o fungo possa se reproduzir no próprio Sphagnum. Após alguns dias de descanso, semeia-se as sementes, e conserva-se o sistema em um recipiente transparente. As sementes germinam em algumas semanas, e crescem muito devagar, de modo que uma planta só floresce pela primeira vez com entre 5 e 10 anos de idade.Outro método caseiro de se obter mudas de orquídeas a partir de sementes é através de um processo que utiliza um tomate livre de agrotóxicos, um saco plástico, uma placa de fibra de coco, água, raízes da planta e sementes da cápsula. Descasca-se o tomate, macere-o, misture algumas raízes da orquídea a ser reproduzida e as sementes que estão na cápsula macere-as junto com o tomate e em seguida espalhe sobre a placa de fibra de coco que já deverá estar umedecida com a água. Em seguida coloque a placa dentro do saco plástico e o encha de ar amare-o bem e dependure-o em um local seco, fresco e a meia sombra e espere de cinco a sete meses e as primeiras plântulas já estarão germinadas.
A reprodução por meristema, ou clonagem, é mais eficiente, e consiste na retirada da ponta das raízes ou miolo de um broto. Colocada em meio de cultura, e sob a influência de hormônios vegetais, o meristema transforma-se numa massa de tecido indiferenciado, capaz de dar origem a novas plântulas. As plântulas são destacadas e cultivadas em tubos de ensaio independentes, e em pouco mais de um ano, estão prontas para o cultivo em local definitivo. As mudas produzidas são, logicamente clones perfeitos da planta original, sendo este método o mais aplicado para a reprodução em massa de uma determinada variedade. Este sistema é utilizado também para semeadura simples, quando o meristema é substituído pelas sementes e produz resultados muito eficientes

A seguir apresentamos uma pequena lista dos gêneros mais cultivados entre as orquídeas.[42] A lista vem organizada conforme seu local de origem, não o de cultivo. Há de se lembrar que ao clima de cada região, certas espécies de orquídea se adaptam melhor do que outras, de forma que a lista seguinte contém gêneros que podem prosperar em uma região mas não em outra. A popularidade dos diversos gêneros varia muito de país para país, tanto pela diferença das espécies disponíveis em cada região como pelos custos envolvidos em seu cultivo. É natural que nos países frios a preferência seja por plantas que toleram mais frio ou por plantas de climas quentes mas que sejam menores e portanto ocupem menos espaço em uma estufa que tem que ser mantida aquecida a elevado custo durante o inverno. Por outro lado, nos países de clima quente a dificuldade em manter plantas de clima frio é maior que o inverso já que os equipamentos que diminuem a temperatura costumam roubar umidade do ambiente, umidade quase sempre muito necessária às plantas.

Europa: Orchis, Ophrys, Cypripedium.

Ásia e Oceania: Cymbidium, Dendrobium, Phalaenopsis, Paphiopedilum, Vanda, Bulbophyllum, Coelogyne, Dendrochilum, Eria.

África: Angraecum, Aerangis, Disa.

América: Cattleya, Laelia, Oncidium, Epidendrum, Brassia, Catasetum, Sophronitis, Miltonia, Pleurothallis, Masdevallia, Lycaste, Maxillaria, Phragmipedium, Encyclia, Odontoglossum, Brassavola.